Narrativa frenética e desconcertante, súmula das obsessões do autor, composição da paisagem humana de uma certa América, veículo de transmissão de recados políticos e sociais: Pequeno-almoço de campeões condensa tudo isto, numa história meticulosamente urdida para deleite do leitor. O núcleo deste romance é o escritor de ficção científica Kilgore Trout, uma das mais veneradas personagens de Kurt Vonnegut. Numa das suas deambulações, Trout descobre, com horror, que Wayne Hoover, um bem-sucedido vendedor de carros, interpreta à letra as rocambolescas teorias apresentadas nos seus livros. E isso está a levá-lo à loucura. O que se segue é uma sátira deliciosa e inquietante sobre guerra, sexo, racismo, sucesso e política. O resultado é uma espécie de guia para entender o século xx.
Com um mecanismo de revelações em camadas sucessivas, Vonnegut, um dos terráqueos mais divertidos de que há memória, apresenta-nos nada mais nada menos do que o planeta Terra, num romance brilhante e divertidíssimo, que o consagrou como um dos escritores mais instigantes do nosso tempo.
«O mais divertido dos intelectuais.»
Salman Rushdie
«Vonnegut dá roda-livre a todas as queixas sobre a América e faz com que pareçam cómicas e ultrajantes, detestáveis e apetecíveis.»
The New York Times
«O grande escritor americano do século, urgente e apaixonado, que nos oferece um modelo do pensamento humanista que ainda pode salvar-nos de nós próprios.»
George Saunders
Sobre a obra de Kurt Vonnegut:
«Um escritor único.»
Doris Lessing
« Pequeno-almoço de campeões é um romance selvagem e magnífico [...], como só Kurt Vonnegut poderia escrever.»
Publishers Weekly
«Não há romance que se lhe compare na perspetiva que oferece sobre a insanidade coletiva da guerra. Matadouro cinco é literatura sábia. Vemo-nos como simples seres humanos, animais mortais despidos das suas pretensões. Os nossos crimes afiguram-se grandiosos e banais. O nosso sofrimento e o nosso destino aparecem-nos como inevitáveis. O que pode parecercínico ou niilista é, na verdade, a meu ver, uma das obras de arte mais humanas de todos os tempos.»
The New York Times
«Há em Matadouro cinco muita comédia, como em tudo o que Vonnegut escreveu, mas a guerra não é vista enquanto farsa. É vista como umatragédia tão grande, que só a máscara da comédia nos permite olhá-la nos olhos. Sendo um grande romance realista, Matadouro cinco é também sensível o suficiente para que, no final do horror que toma como tema, a esperança seja possível.»
Salman Rushdie
Kurt Vonnegut nasceu em Indianópolis, nos Estados Unidos, em 1922,
descendendo de emigrantes alemães que chegaram
ao país no século XIX. Por influência do pai, estudou
Bioquímica na Universidade de Cornell, emborativesse
mais interesse nas Humanidades. Alistou-se no Exército
em 1943. Pouco depois do suicídio da mãe, foi enviado
para a Europa, combatendo na Batalha das Ardenas.
O seu esquadrão acabou porser dizimado pelas forças
alemãs. Como prisioneiro de guerra, seguiu para
Dresden, na Alemanha, onde viveu num matadouro
e trabalhou numa fábrica de produtos alimentares.
Em 1952, publicou Player piano, o seu romance
de estreia. A crítica sentiu-sedesconcertada, desde
o começo, perante um escritor que não encaixava
nos géneros mais canónicos nem nos estilos mais
em voga. Morreu em 2007, em Nova Iorque.
Na Alfaguara, além de Pequeno-almoço de campeões,
está publicado o seminal Matadouro cinco.