A franqueza e o calor humano das conversas entre Amós Oz e sua editora Shira Hadad reunidas em Do que é feita a maçã permitem ao leitor acessar como nunca as dimensões mais sutis da sabedoria, da sensibilidade e do humor daquele que foi um dos maiores escritores de nossos tempos.
"Escrever um romance é como construir Paris inteira com fósforos e cola", confidencia Oz sobre seu processo criativo. Poucos encarnaram como ele a figura do intelectual público. Sua extensa e variada obra de ficção, publicada ao longo de mais de cinquenta anos, é espelhada por uma coleção de ensaios intensamente profícuos. Amós Oz nunca deixou a militância de lado — mas envelhecer traria uma mudança de tom. Ele conta a Shira que passou a "dizer baixinho coisas que dizia gritando. Será que isso me garante um novo público? Não sei. Às vezes é exatamente a fala tranquila que desperta a ira e a agressão dos opositores".
AMÓS OZ nasceu em Jerusalém, em 1939. Desde os anos 1960 dedicou-se a uma extensa produção intelectual, que inclui romances, ensaios e crítica literária, além de ter atuado como ativista político. Dele, a Companhia das Letras publicou, entre outros, De amor e trevas, Judas e Como curar um fanático. Faleceu em 2018.
SHIRA HADAD é doutora em literatura pela Universidade Columbia. Foi editora de literatura hebraica na editora Keter.